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A história de Violette
BY MARCIO ALVAREZ-SILVA

Logo que conheci a Sra. Violette nos tornamos grandes amigos. Ela visitava com frequência um Centro de Tratamento de Câncer, localizado no Hospital do Câncer de sua cidade, para fazer o acompanhamento de alguns nódulos na mama direita. Me disse que já havia retirado um tumor da mama esquerda. Havia descoberto o nódulo em fevereiro de 2008 em um autoexame de mama.

 

Naquela mesma semana consultou um clínico geral, que a parabenizou pela rapidez com que buscou fazer os exames necessários. Mesmo sendo muito jovem ainda, com 33 anos a Sra. Violette não hesitou em buscar todo o recurso médico que procurasse esclarecer seu caso. O clínico geral a encaminhou para um ginecologista, que pediu um ultrassom e uma mamografia. Como a ansiedade foi grande naquele momento, a Sra. Violette fez os exames em uma clínica particular. O médico que fez seu ultrassom disse que não havia nada demais em sua mama e isso a acalmou. Ao pegar os resultados estava tão tranquila com aquela declaração que somente voltou para mostrar ao ginecologista os resultados que havia solicitado os exames quatro meses depois de ter os exames. Ao ver os resultados, o ginecologista franziu a testa e imediatamente fez uma biopsia, o que deixou naquele momento a Sra. Violette perplexa pois achava que era apenas um edema, como havia sugerido o médico que fez o ultrassom.

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Passados 10 dias da biopsia, quando foi pegar o resultado do exame, o ginecologista já tinha preparado seu encaminhamento para o Hospital do Câncer da cidade. Segundo o próprio médico deveria se apresentar naquele mesmo dia para dar início a todos os exames complementares. Após exatos 30 dias, depois de ter dado entrada no Hospital do Câncer já havia feito todos os exames necessários e retirado o tumor de sua mama direita.

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Somente após a conscientização da gravidade de seu caso a Sra. Violette enfrentou seu diagnóstico de câncer e fez todas as etapas com muita seriedade para a cura. Contou no Hospital do Câncer com uma equipe totalmente comprometida com seu caso durante o tratamento. Se mostrava muito grata por ter recebido tanto apoio e carinho durante aqueles 30 dias, que segundo ela foram os mais difíceis de sua vida, com todas as incertezas que o paciente oncológico tem nesse momento difícil. Como teve todo o apoio psicológico necessário neste período, enfrentou a doença e não hesitou e fazer a cirurgia. Era muito grata com todo o carinho e assistência que recebeu no Hospital do Câncer.

O autoexame de mama é importante para detectar a presença de nódulos ainda no seu estágio inicial.

Source: National Cancer Institute

Lamentava apenas ter esperado tanto tempo para voltar ao médico com o resultado do ultrassom, pois como é leiga, havia se tranquilizado com a informação que não havia nada de mais grave, como um edema. Felizmente a descoberta do tumor estava em um estágio muito inicial e por isso, mesmo com os 4 meses passados dos exames preliminares, teve tempo para se tratar evitando que a doença progredisse.

 

Em 2017 havia percebido alguns nódulos na mama direita através do autoexame, e imediatamente procurou fazer todos os exames necessários. Sempre desconfiou de qualquer afirmação que poderia ser um nódulo irrelevante. Fez inúmeros ultrassons, ressonância magnéticas e biopsias. Após 4 biópsias em ambas as mamas, os resultados que a deixaram feliz foram:

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ALTERAÇÃO DE CÉLULAS COLUNARES SEM ATIPIA, HIPERPLASIA  PSEUDOANGIOMATOSA DO ESTROMA, AUSÊNCIA DE TECIDO NEOPLÁSICO NA AMOSTRA.

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A hiperplasia estromal pseudoangiomatosa (PASH) é uma lesão microscópica comumente encontrada em biópsias de mama, formando uma massa celular de crescimento lento. É uma lesão é benigna, sem casos relatados de transformação maligna. O mais importante é que todas as biopsias confirmaram o diagnóstico e sempre sem evidência de células malignas.

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Mesmo com um primeiro diagnóstico em 2017, a cada ano a Sra. Violette refaz todos os exames necessários.

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Conversamos em 2019 enquanto checava os últimos resultados da evolução da PASH, fazendo os controles necessários.

 

Afinal já havia retirado um tumor da mama direita.

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A história da Sra. Violette mostra que devemos fazer os exames necessários quando tem qualquer suspeita de um tumor. Independentemente de o tipo de lesão ser maligna ou não, isso quem deve definir será um médico oncologista, preferencialmente em um Centro de Tratamento de Câncer, que pode solicitar muitos exames complementares para que não reste qualquer dúvida. Sempre os resultados devem ser levados rapidamente para um médico especialista para que nunca pairem dúvidas sobre o diagnóstico.

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Esse cuidado pode salvar vidas, já que a detecção da doença pode ocorrer nos seus estágios iniciais e com isso se alcançar a cura.

This article was published in Understanding Cancer magazine, April 29, 2019.

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